A mordida foi muito forte. Ele sentiu na boca o gosto do sangue e a dor veio junto. Ela estava com um sorriso louco e um olhar selvagem. Lambeu uma gota de sangue do canto dos lábios e avançou novamente sobre ele. Os corpos estavam nús e quentes. Uma camada de suor já os envolvia facilitando os movimentos. Observando, qualquer um acharia que estavam brigando, mas ambos bem sabiam que era o ritual que levaria ao prazer. Arranhões, tapas, mordidas e hematomas. Era a plena e incontida selvageria sexual.
Uma Pausa
Eles se encaram, a luz é acesa. Ela se levanta e enrolada em um edredon vai ao banheiro. Ele vai à cozinha e lá se serve de água, quase uma jarra toda. Quando ela voltou para o quarto ele já estava deitado. Os Olhares voltaram a se cruzar, ela deixou o edredon cair no chão e já apagava novamente a luz.
Fim da Pausa.
Outro combate, nova entrega e novas disputas. Ao final de algumas horas estão ambos exaustos. Cada músculo do corpo dói ao menor movimento. No momento estão alí quietinhos abraçados. Calmamente o sono chega e os envolve.
O sol se levanta e ele precisa deixá-la. Um abraço demorado na cama, uma leve mordida na orelha. Ele se levantou e vestiu as roupas que haviam espalhado pelo quarto. No portão trocaram outros beijos e um último demorado, bem demorado.
Durante todo o dia sentiam o corpo doer e os arranhões ardiam. Um pensou o dia todo no outro por conta destas marcas e dores. E souberam que por mais que a cabeça não pudesse lembrar de cada detalhe da noite anterior, os corpos sentiam. A vontade de estarem juntos novamente ia crescer, sentiam isso com cada fibra de seu ser. Mas deixa o tempo passar um pouco para que os corpos possam se recuperar...
Jardel Maximiliano